Oi, gente! Queria contar pra vocês antes de mais nada que eu me preparei muito psicologicamente pra esse post. Quem acompanha nossa página do Facebook sabe que eu e Rany somos as novas colaboradoras do blog, então vocês vão nos ver bastante por aqui (espero eu que por muito tempo). Esse é meu primeiro post, como vocês sabem, mas essa minha emoção toda tem outra origem rs.
Se vocês têm pelo menos um fã de Grey’s Anatomy na lista de amigos do Facebook, Twitter ou qualquer outra rede social, ou se acompanham a série, já sabem do que eu vim falar (com um pouquinho de atraso rs). Então sentem, peguem seus lencinhos porque esse post é o desabafo de uma fã (não tão) louca.

IMPORTANTE: esse post é feito pra quem já está avançado no desenrolar da série. Então se você não gosta de spoilers -- apesar de eu achar que essa notícia babadeira não é mais spoiler pra ninguém de tão bapho que foi --, meça suas leituras, parça. 


Todos nós que somos fãs da série já conhecemos o instinto assassino de Shondanás. São onze temporadas de reviravoltas, casais favoritos sendo desfeitos, outros casais surgindo e, claro: muito sangue e muita (leiam de novo, eu disse MUITA) gente morrendo. Já teve Meredith segurando uma bomba dentro do tórax de um paciente, já teve tubo de DAV cortado pra salvar noivo (que no fim, acabou descobrindo se tem ou não pão no céu), atropelamento por ônibus, queda de avião, afogamento, tiroteio... haja criatividade pro mal, hein Shonda?
E quando, depois de quase duas temporadas completas sem mortes, quando achávamos que não tinha mais o que fazer, que tava todo mundo vivo e que não dava pra atropelar, afogar ou atirar em mais ninguém, nos deparamos com a nossa maior perda: amassado por um caminhão, sozinho, na mão de médicos incompetentes, por morte cerebral (valeu pela ironia!) no último dia 23, perdemos a metade Der do nosso casal. Depois de 10 anos de serviços prestados em fazer nossas quintas-feiras mais bonitas, o ator Patrick Dempsey se despediu do elenco de Grey’s Anatomy em uma das situações de demissão mais inesperadas e contraditórias da história do programa.


Eu sei, eu sei, todos nós sofremos com a morte dele. São dez anos apegados àquele personagem, torcendo pela felicidade do nosso ship MerDer -- pra quem não sabe, ship é a junção dos nomes dos nossos casais favoritos e eu assumo que faço isso fora do universo de séries também hehe --, vendo um personagem dando tudo de si para salvar seus pacientes, conhecendo alguém que ao longo de dez anos nos mostrou ser uma figura com qualidades e defeitos, como todos nós, com seus erros e acertos -- e isso ficou absurdamente acentuado ao longo da décima primeira temporada porque olha, haja paciência pra tanta vacilação, hein?! --, tudo isso graças a uma construção e evolução maravilhosas da "figura Derek Shepherd" feitas tanto pelo Patrick quanto pela Shonda demonha. É sem dúvida um personagem inesquecível. Virou, ao longo dos anos, algo quase que como um amigo distante, de quem sabemos notícias sobre ele a cada temporada.

Como eu vou sentir sua falta, cara! 

Eu, assim como vocês, entendo esse sentimento. Lembro que no dia em que eu assisti ao episódio pela primeira vez, só tirava as mãos da posição de súplica -- tipo uma oração mesmo MEU DEUS NÃO DEIXA O DEREK MORRER -- pra comentar com outros fãs o que tava acontecendo (sempre em CapsLock de desespero hahahaha). Eu entendo isso tudo e até mesmo a história da petição pra trazer o Patrick de volta a série. É o primeiro dos cinco estágios do luto, lembram? Negação (pra quem não lembra, narração do episódio 6x01). Aquele cara que morreu no acidente não era só um personagem e que, por consequência, era só uma ferramenta de construção da história da série -- não nos nossos coraçõezinhos. A lógica de apego a um personagem de série é muito diferente da lógica de uma novela, exatamente pela forma como os episódios são distribuídos. Dez anos não são dez meses.



Por entender tudo isso, é que eu posso dizer: mesmo com tudo o que o personagem representava, esse era um fim necessário. Não me xinguem, por favor (não sem antes ler o resto). A verdade é que foi mais do que provado durante essa temporada que a saída do Dempsey era iminente. Tudo apontava pra isso e todos os últimos três episódios antes do fatídico "How To Save a Life" foram feitos especialmente pra nos preparar. Ou vocês juram que aquele papo da Amelia de "você nunca precisou chorar sobre o corpo da pessoa que você mais amou no mundo" não foi um sinal?

Amy, pelo amor de Deus, fica quietinha, miga!!!!

Derek virou um personagem acessório, especialmente com Amelia assumindo a chefia da neuro. Os grandes plots para ele acabaram, toda a história do personagem girava em torno do drama com a esposa. "Então por que simplesmente não colocá-lo como um adúltero, como podia ter sido feito, e deixado a Mer seguir a vida dela sem mais um trauma desse tamanho? É irmã, é marido, mãe... tudo o que a mulher toca, morre!" E a resposta é bem simples. Por dois motivos: quem conhecia o Derek depois desses dez anos e, acima de tudo, conhecia a história da série e a intensidade do relacionamento com a Meredith, sabia que isso não poderia acontecer. Não faria sentido. E o motivo principal: se não houvesse esse fiozinho de esperança em MerDer, se não houvesse essa chama reacesa nos dois últimos episódios antes do 11x21, se não houvesse a reafirmação desse amor, a morte dele NUNCA teria causado o impacto que causou. Menos ainda a revolta. E nadinha de publicidade pra série. Agora, depois de tudo isso, me respondam: tia Shonda é ou não é uma destruidora?




A forma como aconteceu a morte foi chocante e eu, assim como a maioria de vocês, ainda não digeri totalmente e ainda quero dar na cara da Shonda. É claro que, se o fim de MerDer não podia ser feliz, eu queria que pelo menos a morte do Derek fosse perto de quem ele amava. Mas, pondo minha cabeça no lugar e passado todo o grito de revolta de uma fã desesperada e de luto, convenhamos: as pessoas morrem em situações como essas todos os dias. Longe dos pais, dos amigos, dos parentes, sozinhas e, muito mais vezes do que gostaríamos, sem auxílio médico adequado. O que aconteceu com o Derek na série é o retrato de uma realidade que é cruel com todo mundo. Tanto com os "heróis" quanto com os "vilões". É triste ver a ironia da situação. Não foi nem de longe meu episódio favorito -- e nem mesmo o heroísmo do nosso protagonista conseguiu salvá-lo, pelo menos não pra mim. Foi agoniante, torturante e demais pra mim, confesso -- vou passar tempos sem conseguir não ficar chorosa ouvindo Chasing Cars. Porém, foi um mal necessário. A grande coisa agora é observar a Meredith. Ela é o foco, a estrela, ela é o sol. Estou ansiosíssima pelo episódio duplo e nem por um decreto a essa altura eu paro de assistir a série! O carrossel ainda tem muito o que girar.






RIP McDreamy!


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